Chiclete antiviral: inovações biotecnológicas e os avanços na terapêutica contemporânea

Autor: *Victor Gabriel Bastos Chaves

Um estudo recente, publicado na revista Molecular Therapy em janeiro de 2025, descreve um promissor produto biotecnológico que, em forma de chiclete, demonstrou-se eficiente na neutralização de vírus transmitidos por via oral, tais como os causadores do herpes — Herpes simplex virus tipo 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) — e da influenza (H1N1 e H3N2). 

A inovação do projeto, liderado por Henry Daniell, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, baseia-se em sua forma não invasiva de istração, realizada por meio de gomas de mascar. A emergência de novas ferramentas biotecnológicas em saúde traz diversos desafios à ciência, dentre elas, a pergunta: de que forma tais inovações podem beneficiar as comunidades humanas? 

O produto se destaca por sua alta estabilidade e ibilidade, uma vez que dispensa refrigeração, podendo, assim, universalizar o o a estratégias farmacológicas capazes de reduzir a incidência de doenças. Utilizando pó de feijão, os pesquisadores encapsularam a proteína FRIL, responsável pelos efeitos antivirais do medicamento.  

Essa proteína se liga a açúcares presentes nas superfícies de diversos vírus, como o coronavírus (SARS-CoV-2) e o vírus da gripe, formando complexos que impedem a entrada dos agentes nas células humanas. 

A entrada do vírus na célula é essencial para sua viabilidade, considerando que os vírus são parasitos intracelulares obrigatórios e que dependem de componentes celulares do corpo humano para realizar seu ciclo biológico, o que inclui a produção de proteínas virais para a formação de novas partículas, as quais medeiam o processo infeccioso de novos indivíduos.  

Essa é uma estratégia semelhante às utilizadas por vacinas, que exploram diferentes mecanismos biológicos para estimular a produção de anticorpos pelas células de defesa, como as imunoglobulinas; e a diferenciação dessas em células imunológicas de memória. 

Embora os resultados sejam promissores, o estudo ainda se encontra em fases pré-clínicas, ou seja, as evidências são baseadas em ensaios laboratoriais. Portanto, outros estudos, conduzidos em diferentes populações humanas e que considerem as variabilidades genéticas populacionais, devem ser realizados, a fim de assegurar a reprodutibilidade dos resultados e a segurança do produto. 

*Victor Gabriel Bastos Chaves é biomédico virologista (CRBM-PR 6792) e mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, além de Professor de Ensino Superior II do curso de Biomedicina e Tutor de Análises Clínicas na Uninter. Foi scholar da Yale Proxima Mentorship Program (Yale University) em 2023 e laureado internacionalmente, no mesmo ano, como Pesquisador Ivanete Kotait pelos resultados de seus estudos em virologia médica. 

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Autor: *Victor Gabriel Bastos Chaves
Créditos do Fotógrafo: Sherman Trotz/Pexels


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