Dia do Profissional de RH: trajetórias, desafios e conquistas
Autor: *Cenildo Costa
No dia 03 de junho, é comemorado no Brasil o dia do Profissional de Recursos Humanos, uma profissão que exige adaptação às constantes transformações do mercado, na medida em que mudam também os modelos e configurações da gestão nas organizações.
A origem da atuação desses profissionais remonta às décadas de 1930 e 1950, com um foco burocrático e legalista, quando surge a necessidade de cumprimento das exigências legais trabalhistas, para a istração de pessoal e os diversos controles necessários para se manter em conformidade com a lei.
Na medida em que avançavam os processos empresariais, o perfil desse profissional também ava por exigências para se adequar à crescente pressão por eficiência e desempenho. Dessa forma, foram implementados os subsistemas técnicos, como recrutamento, seleção, treinamento, avaliação de desempenho e outros.
Quando a gestão de pessoas ou a ser vista de forma mais integrada aos demais mecanismos de gestão, surgiu a necessidade de profissionais com foco em alinhar os aspectos comportamentais, istrativos e estruturais da organização. A partir dos anos 1980, a área de RH a a ser considerada estratégica, com maior descentralização e foco em desenvolvimento humano, cultura organizacional e clima.
Porém, não é em todas as organizações em que a área de RH evoluiu para um modelo mais humanizado e participativo, com foco em competências, formação da liderança e promoção da qualidade de vida no trabalho. Em pleno 2025, ainda se vê o RH, em muitos espaços, reduzido a processos burocráticos e operacionais.
Ao mesmo tempo em que surgem negócios inovadores, cujos modelos estão pautados pela entrega veloz, quase em tempo real, o RH tem enorme desafio de equilibrar eficiência tecnológica com humanização das relações. Na lógica do clique do aplicativo, uma cadeia invisível de gente e algoritmos é mobilizada para o manuseio, triagem, deslocamento e entrega de produtos.
O RH tem a missão de revelar que essa infraestrutura não é feita apenas de inteligência artificial e braços mecânicos, mas, sobretudo, de corpos e mentes tensionados pela lógica de produção que explora e encomenda um trabalhador em prontidão permanente, como a máquina.
Talvez, exatamente devido a esse cenário, as empresas têm sido obrigadas a desenvolver instrumentos que garantam a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos trabalhadores. Esse pode ser considerado também uma grande responsabilidade dos profissionais de RH.
Não se pode deixar de considerar ainda que, com o envelhecimento da força de trabalho e a entrada de novas gerações, o RH precisa lidar com diferentes expectativas, estilos de comunicação e valores. Isso exige criar ambientes inclusivos para todas as idades, um super desafio da atualidade.
É em meio a contradições e avanços, portanto, que seguem os profissionais de RH sempre fazendo a diferença, auxiliando a gestão das empresas a se posicionar no mercado sem perder a essência humana.
*Cenildo Costa é Mestre em istração, Professor no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e profissional com mais de 10 anos de experiência na área de RH.
Autor: *Cenildo CostaCréditos do Fotógrafo: Pixabay